Neste episódio tenho como convidada a minha amiga Elena do canal de YouTube Linguriosa para compararmos as línguas portuguesa e espanhola a nível de fonética, gramática e vocabulário.
TRANSCRIÇÃO:
Olá Leo, como estás?
Olá Elena, pronta para prepararmos este vídeo sobre o português e o espanhol?
Sim, e a verdade é que já tenho algumas ideias sobre o que podemos falar.
Epah excelente! Então vou só buscar uma folha…
Foda (folla)? Leo... se estiveres ocupado agora, podemos fazer isso noutra altura.
Não Elena, uma folha para escrever.
Folha! Eu tinha pensado noutra coisa... noutra coisa... marota!
Olá, boa tarde!
E bem-vindos de volta ao Portuguese With Leo!
Como deves ter percebido pelo título e por esta mini-introdução, o episódio de hoje vai ser com uma convidada espanhola e vai ser bilingue. Ou seja, eu vou falar em português, e a minha convidada, a Elena, vai falar espanhol.
Como tal, recomendo que sigas o link para o meu site onde terás acesso à transcrição deste episódio totalmente em português. Como alternativa, também podes ir ver o vídeo deste episódio no YouTube, onde tens a opção de ativar legendas em português, inglês ou espanhol.
E agora, bom episódio!
O português e o espanhol são a definição de línguas irmãs!
Por um lado são línguas que se desenvolveram lado a lado, partilhando uma fronteira tanto na Península Ibérica como na América do Sul;
E por outro lado, das 5 línguas românicas com mais falantes, são as mais parecidas entre si, com quase 90% de semelhanças lexicais entre si e uma gramática muito parecida.
A principal diferença entre estas duas línguas é a fonética. O português tem uma fonética mais complexa do que o espanhol, o que explica em parte porque é que normalmente os lusófonos entendem melhor o espanhol do que o contrário.
Outra razão pela qual os falantes de português compreendem melhor o espanhol, é porque o espanhol é uma língua mais dominante do que o português.
Isto significa que o falante médio de português vai encontrar-se mais com o espanhol ao longo da sua vida do que o contrário.
No vídeo de hoje tenho como convidada a espanhola mais divertida do YouTube, a Elena do canal Linguriosa, e juntos vamos explorar as semelhanças e diferenças entre o português e o espanhol do ponto de vista de fonética, gramática e vocabulário.
O objetivo é que este vídeo te sirva de guia para, se já falares uma destas línguas, poderes aprender melhor a outra.
E uma coisa importante a esclarecer antes de começarmos é que, embora a maioria dos falantes nativos de português e espanhol se encontre no Continente Americano, eu sou português e a Elena é espanhola, e portanto vamos estar a comparar sobretudo as versões-padrão do português de Portugal e espanhol de Espanha.
E começamos por aquilo que é a principal diferença entre as duas línguas e também o meu tema preferido: a fonética!
Quais é que são as principais diferenças fonéticas entre o português e o espanhol?
Bom, para começar, as vogais! Em espanhol temos 5.
Cada vocal, cada fonema, está representado por uma letra. Temos cinco fonemas: /a/, /e/, /i/, /o/, /u/; para cinco letras, A, E, I, O, U.
A única excepção é que o fonema /i/ pode por vezes ser também representado pela letra i grega, como por exemplo na palavra hay (há).
Em português temos 9 vogais /a/, /ɐ/, /ɛ/ /e/, /ɨ/ /i/, /ɔ/, /o/, /u/, representadas pelas mesmas 5 letras: A, E, I, O, U.
Ou seja, para além do A aberto /a/, que também existe em espanhol, ainda temos o A fechado /ɐ/; Para além do E espanhol /e/, que nós chamamos de E fechado, ainda temos o E aberto /ɛ/ e o E mudo /ɨ/; e para além do O espanhol /o/, que nós chamamos de O fechado, ainda temos o O aberto /ɔ/.
E como se isso não bastasse, ainda temos 5 vogais nasais, /ɐ̃/, /ẽ/, /ĩ/, /õ/, /ũ/, e 4 ditongos nasais: ÃO, ÃE, ÕE e UI, que só existe na palavra muito.
É que eu não consigo perceber a necessidade de haver tantas vogais. A sério que não percebo!
É verdade Elena! Em vogais, somos um bocadinho complicados demais, mas em consoantes já é mais ela por ela.
E ainda bem. A verdade é que quase todos se lêem da mesma forma e seguem mais ou menos as mesmas regras. As únicas que são um pouco diferentes são as sibilantes: C, S, Z; o G e o J, e o R.
Exatamente! E começando pela letra C, esta segue as mesmas regras em ambas as línguas, ou seja, faz sempre o som /k/ exceto quando vem antes de um E ou antes de um I.
A diferença é que em português, o CE e CI lê-se /se]/, /si/ y em espanhol de Espanha lê-se /θe/, /θi/. Esse som, /θ/, é dos poucos sons que existe em espanhol e não existe em português.
E esse mesmo som é a diferença entre o Z espanhol, que se lê /θ/, e o Z português, que se lê /z/.
Em espanhol nunca podemos ter um Z à frente de um E ou de um I porque os sons /θe/, /θi/ são escritos com C.
Exceto se for uma palavra estrangeira ou algum cultismo como 'enzima'. Por exemplo, em espanhol temos “cebra” com C, enquanto em português é zebra com Z…
E diz-se zebra.
Quanto à letra S, esta em espanhol lê-se sempre /s/, mas em português pode fazer quatro sons /s/, /z/, /ʃ/ e /ʒ/, dependendo da situação. Aqui a situação mais importante a reter é que o S entre vogais faz o som /z/, e para termos o som /s/ entre vogais escrevemos SS.
É por isso que há tantas palavras iguais que em espanhol se escrevem com um S e em português com 2 SS: pasar (passar); ese (esse); acceso (acesso).
Passando agora ao G: tal como acontecia com o C, esta letra segue as mesmas regras em ambas as línguas. Ou seja, faz o som /g/ exceto quando vem antes de um E ou de um I. E tal como acontecia com o C, o som que faz antes de um E ou de um I é diferente em ambas as línguas.
Em português o GE e o GI fazem os sons /ʒe/ e /ʒi/, como nas palavras gente e gigante; e este também é o som da letra J, como na palavra jogar.
E em espanhol, GE e GI formam o som /x/, que também é o som do J: gente, gigante, jogar.
E esse som /x/ é quase igual ou pode até ser igual dependendo do sotaque, ao R forte português, que faz o som /ʁ/.
Aqui mais uma vez as regras são iguais para as duas línguas: fazemos o R forte quando é a primeira letra da palavra, como em rei; ou quando vem no meio da palavra e temos RR, NR, SR ou LR, como em guerra, Henrique, Israel ou melro.
De resto, a letra R faz sempre o som suave /ɾ/, como em arte e palavra.
E em espanhol as regras são exactamente as mesmas, mas o R forte, que é muitas vezes considerado um dos sons mais difíceis quando se aprende espanhol, soa como /r/. Dizemos: rey, guerra, Enrique, Israel e ‘alrededor’.
E o R suave é pronunciado exactamente da mesma forma que em português: arte, palavra.
Na verdade, em alguns sotaques também há quem pronuncie o R forte com o som /r/ e não /ʁ/ em Portugal. Mas é menos comum, e é um /r/ menos intenso do que o espanhol /rrrrr/.
Outra letra muito espanhola é o Ñ, que produz este som, como na palavra España. Como é que é em português?
Em português o som /ɲ/ é feito pela combinação NH: Escrevemos Espanha.
Depois também temos a combinação CH, que faz o som /ʃ/, como em churro.
E em espanhol faz o som /tʃ/: churro.
E temos ainda a combinação LH, que faz o som /ʎ/, como na palavra ilha. Este som é talvez o mais difícil para os estrangeiros que aprendem português.
Sim, esse é muito complicado!
Nós temos um som muito parecido, que não existe em português (vá lá, essa é nova!), este /ʝ/. Nas zonas yeístas, ou seja, na maioria, pode ser representado com o Y grego ou com o LL, como em já (ya), ou como em chuva (lluvia). Em áreas não yeístas, seria lluvia.
Estivemos a falar de vogais e consoantes, mas um dos aspetos que mais diferencia o português do espanhol é a forma como juntamos tudo em frases, é a cadência.
O espanhol é uma língua de ritmo silábico, em que cada sílaba tem mais ou menos a mesma duração, quer seja átona ou tónica.
E o português é uma língua de ritmo acentual, em que as sílabas tónicas são ditas mais ou menos ao mesmo intervalo e as sílabas átonas que estão no meio comprimem-se, o que faz com que haja redução vocálica.
Por outras palavras, vocês comem muitas vogais, enquanto nós as pronunciamos todas.
É verdade, um bom exemplo é a tua cor preferida Elena.
O laranja?
Não, a tua cor preferida é o amarelo Elena.
Ah, sim, é verdade…
Vocês dizem a-ma-ri-llo e nós… “amrél”.
Ou a palavra colesterol, que vocês dizem... “colstról”.
Exatamente, “colstról”. Mas aqui é importante mencionar que o português brasileiro, tal como o espanhol, também é uma língua de ritmo silábico, em que as vogais são todas pronunciadas, e é por isso que muita gente, sobretudo falantes de espanhol, acham o português brasileiro mais fácil de entender.
E agora chegamos ao meu tema preferido: a gramática!
Começamos pelos artigos, onde o espanhol é mais complicado do que o português. Em português temos 4 artigos definidos que nunca mudam e que correspondem ao masculino e feminino e singular e plural: o, a, os, as
E em espanhol temos os mesmos 4 artigos: el, la, los, las, mas também temos um quinto artigo, o artigo neutro lo, que é utilizado para transformar um adjetivo ou um advérbio num substantivo. Por exemplo, se a minha cor preferida agora é o amarelo, significa que gosto de tudo o que é amarelo.
Ou seja, estás a dizer que adoras tudo aquilo que é amarelo. E para além disso, em espanhol vocês ainda têm um fenómeno que não existe em português, que é o de usar a forma do artigo masculino el em vez da forma feminina la nas palavras que começam com um A tónico.
Por exemplo, “el agua” e acho que tu tens um vídeo sobre isso não é, Elena?
Bem, isto é muito interessante. Fazemo-lo porque o nosso artigo feminino la vem do demonstrativo latino illa, que primeiro evoluiu para ela. Quase sempre se perdia esse "e-" inicial. ela casa → la casa.
Só perdia o a final quando depois tínhamos uma palavra que começava com um a tónico ela agua → el agua. É por isso que temos estas duas formas para o artigo feminino. Se quiseres saber mais, vê o meu vídeo.
Por outras razões não tão fixes, as conjunções y e o também são alteradas para e e u, respectivamente, quando seguidas de uma palavra começada por /i/ ou /o/.
Ou seja, as frases “Pedro e Inês” ou “Um ou outro” em espanhol ficam…
Pedro e Inés; Uno u otro.
Passando às preposições, aqui é o português que é mais complicado porque temos aquilo a que chamamos de contrações, que é quando as 4 preposições a, de, em e por se fundem com os 4 artigos definidos, o, a, os, as criando 16 combinações.
Em espanhol isto também acontece, mas só temos 2 combinações: de + el = del; a + el = al
E outra diferença gramatical muito interessante é o advérbio muy em espanhol e o pronombre tudo em português.
Em espanhol temos os adjectivos mucho, mucha, muchos, muchas, muchas, e depois o advérbio muy. Dizemos "mucha gente" mas "muy bueno".
E em português temos esses mesmos 4 adjetivos: muito, muita, muitos, muitas, mas usamos o masculino singular muito da mesma forma que vocês usam o muy. Dizemos “muita gente” e “muito bom”.
Mas com a palavra tudo esta lógica inverte-se: em português temos os adjetivos: todo, toda, todos, todas, mas depois temos o pronome tudo. Ou seja, dizemos “todos nós” mas “tudo o que aconteceu”.
E em espanhol temos os adjectivos todo, toda, todos e todas, e depois usamos a forma masculina singular tal como vocês fazem com tudo. Ou seja, dizemos "todos nosotros" e "todo lo que pasó".
Agora passemos aos pronomes de complemento direto e indireto. Ou seja, frases como vi-a, disse-lhe, etc. Aqui há bastantes diferenças, começando com a posição do pronome em relação ao verbo.
Em espanhol, o pronome vem sempre antes do verbo conjugado: lo vi; le di
E em português vem depois do verbo com um hífen: vi-o; dei-lhe. Mas, para complicar, existem algumas situações em que vem antes do verbo, normalmente em frases negativas ou depois de certos advérbios, como já, também, ainda, etc.
Outra diferença é que em espanhol trocamos o pronome de objeto indireto le pelo pronome se quando já temos um pronome de objeto direto. Em vez de dizer: "Le lo dije a María", dizemos: "Se lo dije a María".
Em português dizemos apenas: “Disse-o à Maria”
E outra pequena coisa relacionada com os pronomes é o facto de utilizarmos um pouco mais a preposição a.
Quando temos um objecto indireto, este é utilizado em ambas as línguas:
Le di un regalo a mi amigo.
Dei uma prenda ao meu amigo.
Mas quando temos um objeto direto, em espanhol também usamos a quando o objeto direto é uma pessoa (ou um animal, ou uma instituição ou qualquer coisa que possamos personificar), e em português nunca é usado.
Exato! Nós dizemos “Vejo o autocarro” e “Vejo o João”
E nós dizemos “Veo el bus” mas “Veo a Juan”.
E para concluir a parte da gramática: verbos e conjugações.
Aqui, felizmente, quase 100% dos verbos espanhóis e portugueses têm o mesmo significado. Por exemplo, ser e estar são usados praticamente nas mesmas situações.
E eu tenho um vídeo a explicar esses dois verbos e como distingui-los, portanto vão vê-lo, porque se aplica tanto ao português como ao espanhol.
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A única diferença que me vem à cabeça é com a palavra proibido. Em português dizemos que algo é proibido e em espanhol diz-se que algo está prohibido.
Dois outros verbos que são praticamente iguais são quedar em espanhol e ficar em português. São usados da mesma forma em quase todas as situações, excepto quando em espanhol dizemos que nos vamos encontrar com uma pessoa num lugar.
Sim, nessas situações dizemos que vamos encontrar-nos com uma pessoa em determinado lugar e não que vamos ficar com essa pessoa nesse lugar.
Em espanhol também poderíamos dizer que conhecemos alguém num lugar, mas geralmente estaríamos a transmitir a ideia de que foi por acaso.
De resto, quedar e ficar são sempre iguais e eu tenho um vídeo dedicado ao verbo ficar por isso, vão ver.
E o último verbo de que eu queria falar é o verbo gostar, só porque é um erro que muitos estudantes de português fazem:
Em espanhol diz-se “esto me gusta” ou “esto no me gusta”. Mas em português o verbo gostar funciona de forma diferente:
dizemos “eu gosto disto” ou “eu não gosto daquilo”. É a mesma lógica que em inglês: “I like this, I don’t like that”.
E bom, passando às conjugações verbais:
Em espanhol, quando queremos falar de uma ação específica no passado, podemos usar dois tempos verbais. ‘He ido’, para falar de um passado que tem algum tipo de ligação com o presente, "Esta semana he ido al cine" ou ‘fui’ para expressar que não tem qualquer ligação com o presente: "La semana pasada fui al cine".
Já em português usamos sempre a forma simples, fui: “Esta semana fui ao cinema”; “A semana passada fui ao cinema”.
Na maioria das variedades de espanhol é como em português.
E outra diferença pequena mas importante é quando falamos no futuro usando o verbo ir no presente mais o verbo da ação no infinitivo. Em espanhol usa-se ir a + verbo:
“Mañana voy a hacer un video”;
E em português usamos ir + verbo não existe este A:
“Amanhã vou fazer um vídeo”.
E o conjuntivo? Falamos sobre o conjuntivo?
Uff! Vamos só falar das diferenças, pode ser?
Ah, bem, mas então isto vai ser muito curto.
É que este vídeo já se me está “haciendo bola”.
Vou tentar resumir o mais possível! O subjuntivo só pode aparecer em orações subordinadas e existem 3 tipos de orações subordinadas: substantivas, adjetivas e adverbiais;
As substantivas são aqueles que podem ser substituídos por "isso". Aqui é usado exatamente da mesma maneira: "Quero que venhas” → "Quero isso".
Em seguida, temos as adjetivas, ou seja, que podem ser substituídas por um adjetivo: "Quero um carro que seja vermelho”, "Quero um carro vermelho".
Dentro das adverbiais temos muitos tipos diferentes:
Condicionais: “Se eu fosse rico teria uma casa maior”; concessivas: “Ainda que chova vou dar um passeio”; ou temporais, que é onde temos uma pequena diferença…
Porque aqui, em português, temos o futuro do conjuntivo.
Em espanhol também o temos, mas o presente do conjuntivo absorveu todos os tempos do futuro. Agora dizemos: "Quando eu for rica, deixarei de falar com o Leo".
E nós dizemos: “Quando for rico, deixarei de falar com a Elena”.
Em espanhol também se dizia isto antigamente, mas perdeu-se e só o podemos ver em linguagem jurídica ou em algumas expressões fossilizadas como: "Donde fueres, haz lo que vieres" (Onde fores, faz o que vires);
E nós ainda usamos o futuro do conjuntivo nas frases condicionais com “se”. Por exemplo: “Se este vídeo tiver muitas visualizações, volto a convidar a Elena para o canal”.
Neste caso, em espanhol, usaríamos o presente do indicativo: "Si este vídeo tiene muchas visualizaciones, vuelvo a invitar a Elena al canal.
Pronto, já vimos as diferenças fonéticas a ter em conta, já vimos as diferenças gramaticais, agora vamos talvez àquela que é a parte mais útil deste vídeo, que é como transformar palavras espanholas em portuguesas e vice-versa.
Vamos começar com o mais fácil, as palavras terminadas em -ción, -sión, -zón como atención, confusión e razón
Em português a terminação passa para -ção, -são ou -zão: atenção, confusão e razão.
E no plural? atenciones, confusiones, razones?
Aqui passa de ÃO para ÕES: Atenções, confusões, razões.
E aqui quero acrescentar que muitas destas palavras, como ação, direção e exceção, em espanhol conservam 2 consoantes que em português se perderam:
Acción, dirección, excepción.
E aplica-se o mesmo a palavras como directo ou recto, não?
Sim. Direto e reto.
E depois temos as palavras terminadas em -ien e -ín, como bien e quién ou jardín e fin
Essas normalmente terminam nos sons nasais -em e -im: bem e quem; jardim e fim.
Agora quero falar sobre 2 ditongos espanhóis que normalmente correspondem a uma só vogal portuguesa, e dois ditongos portugueses que normalmente correspondem a uma só vogal espanhola.
Começamos pelos ditongos espanhóis IE e UE. Normalmente, se substituirmos o IE por E e o UE por O, ficamos com a palavra portuguesa.
Cierto e quiero?
Certo e quero.
Puerta e cuento?
Porta e conto.
E o mesmo acontece com os ditongos portugueses EI e OU, que muitas vezes substituímos simplesmente por E e O e temos a palavra espanhola.
Exatamente! Maneira e madeira ficam…
Manera e madera
E ouro e touro ficam…
Oro e toro
E depois também há muitas palavras que muitas vezes basta substituir uma consoante para que passem de portuguesas para espanholas e vice-versa.
Por exemplo, muitas palavras espanholas com Z, que em português se escrevem com Ç.
Azúcar, chorizo.
Açúcar, chouriço.
Ou palavras espanholas com B que em português se escrevem com V.
Palabra, escribir
Palavra, escrever
Há também palavras que em português e noutras línguas românicas se escrevem com F, e em espanhol escrevem-se com H. Tenho outro vídeo em que falo sobre isto.
Exato, palavras como ferro, fumo, afogar
Hierro, humo, ahogar
E também há muitas palavras espanholas que começam com LL e que em português começam com CH ou palavras portuguesas com LH que em espanhol se escrevem com J.
Ou seja, palavras como lluvia, llamar, llave?
Chuva, chamar, chave.
E o que acontece com palavras como ajo, hoja y aguja?
Alho, folha e agulha.
Folha… E por falar em falsos amigos…
Por falar de falsos amigos, as nossas línguas são muito parecidas e na maior parte das vezes basta aplicar tudo aquilo de que falámos hoje para transformar espanhol em português ou português em espanhol.
Porém, existem algumas situações em que palavras iguais têm significados muito diferentes.
Por exemplo a palavra “embarazada”.
Que em português dizemos grávida; e embaraçado em português quer dizer…
Avergonzado.
E cadeira?
Silla, em espanhol, mas “cadera” em português é:
Anca.
Como as “ancas de rana”… São as patas das rãs. Depois temos em espanhol “exquisito”.
Que em português pode ser algo requintado e nós temos a palavra esquisito, que em espanhol é:
“Raro”.
E a palavra raro em português significa algo que não é muito comum.
Em espanhol também pode ter esse significado.
E quando estamos muito cansados podemos dizer que estamos estafados.
Para nós não tem nada a ver com estar cansados ou não, mas sim com alguém que se tenha aproveitado de nós e nos tenha enganado.
Bem este vídeo já está a ficar comprido, vamos ficar por aqui e eu vou beber um copo de água.
Um copo não Léo. Um “copo” (floco) é de aveia. Isso é um “vaso” (copo).
Não Elena. Um vaso é onde vão as plantas.
Isso é uma “maceta” (vaso)… Mas tu, continua a tua vida…