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Ep. 6 - Conselhos práticos para evoluir no português

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Ep. 6 - Conselhos práticos para evoluir no português
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No episódio de hoje vou dar-vos alguns conselhos práticos sobre como melhorar o vosso português da forma mais eficaz possível.


Vou falar sobre as coisas mais importantes em que se devem concentrar em termos de vocabulário e gramática de modo a conseguirem falar sobre a maioria dos tópicos e conseguirem exprimir melhor a vossas ideias em português.



TRANSCRIÇÃO:


Olá a todos e bem-vindos de volta ao Portuguese With Leo!

Antes de começar o episódio de hoje, quero mais uma vez agradecer às pessoas que têm contribuído para este projecto com doações. Desde o último episódio que recebi bastantes doações, o que me deixa verdadeiramente feliz e motivado para continuar este projeto.


Nunca esperei que os meus vídeos e podcasts fossem ser tão bem recebidos, nem que tanta gente os fosse achar tão úteis a ponto de quererem doar dinheiro, e por isso, do fundo do coração, tenho a agradecer ao Cary Darling, à Ekaterina Bekasova, ao Walter da WaDaConsult, à Sophie Feryn, à Kristen Dennesen ao Vincent Rosa, ao Johann Richter, à Leni Vermeiren e a mais uma pessoa que preferiu manter-se anónima. Um muito sincero obrigado a todos vocês!


E claro, os restantes de vocês que tiverem disponibilidade financeira para tal e quiserem apoiar este projeto, podem fazê-lo doando a quantia que quiserem através do link na descrição.

Outra coisa que quero anunciar é que estamos muito perto de chegar aos 2000 subscritores no Youtube, por isso, aqueles de vocês que para além de ouvirem o podcast também vêem os meus vídeos e ainda não estão subscritos, peço-vos que se subscrevam. E agora, feitos os anúncios, vamos então ao episódio!


Tenho recebido muitos comentários e mensagens de estudantes de português de nível principiante que ainda têm alguma dificuldade em perceber os meus vídeos e podcasts e não sabem bem por onde começar, que caminho seguir para melhorarem o seu português.


E mesmo aqueles que têm um nível intermédio às vezes não sabem bem quais as coisas mais importantes que devem estudar para melhorar o seu português de forma mais eficaz.


Por isso, no episódio de hoje, vou falar um pouco sobre a parte mais técnica da língua portuguesa, o que vai incluir um pouco de gramática. O objetivo deste episódio é partilhar com vocês as coisas que vocês devem aprender quando são alunos principiantes ou intermédios para conseguirem melhorar o vosso português o mais depressa possível e conseguirem começar a ter conversas em português o mais cedo possível.


O trabalho tem de ser feito por vocês em casa, mas espero que este episódio ajude a orientar-vos no estudo do português. Este episódio vai estar carregado com bastante informação, por isso sugiro que tomem notas se for possível.


Se me estiverem a ouvir no podcast, aconselho que vão ver o vídeo no Youtube, uma vez que é mais fácil perceber as coisas com ajuda visual.


Antes de começarmos a falar de gramática, vamos ao vocabulário. A palavra vocabulário significa o conjunto de palavras utilizadas numa língua, e a língua portuguesa tem muitas palavras, tem muito vocabulário. De acordo com o Grande Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora existem 120 mil palavras no português europeu, o que é um número assustador. Isto significa que, para dominar o português, é preciso aprender 120 mil palavras, certo? Felizmente não!


Como vocês devem imaginar, é muito difícil aprender todas as palavras de uma língua e não existe ninguém que conheça todas as 120 mil palavras da língua portuguesa. A verdade é que em 80% das situações do dia-a-dia, apenas usamos mais ou menos 2000 palavras. Ou seja, para falar português de forma natural e fluente e ter conversas interessantes, basta conhecermos 2000 palavras, o que é muito mais fácil.


Por isso, o meu primeiro conselho para irem melhorando progressivamente o vosso português, é aprenderem as 2000 palavras mais utilizadas em português. Isto demora algum tempo e a melhor forma de o fazer é aprender 50 a 100 palavras por semana, com calma e sem pressa, de modo a interiorizar bem as palavras e conhecer bem o seu significado.


Para vos ajudar, criei uma lista das 2000 palavras mais utilizadas em português, o link está na descrição deste episódio. A melhor forma de aprender estas palavras novas é primeiro vê-las escritas, depois ouvir como se pronunciam e por fim repetir para treinarem a vossa pronúncia. Por isso, quando forem consultar a lista de 2000 palavras que eu criei, a minha recomendação é que copiem cada palavra para o Google Tradutor; cliquem no botão com o símbolo do altifalante para ouvirem como é que se pronuncia a palavra em português, e repitam várias vezes a palavra para melhorarem a vossa pronúncia.


Agora que já falámos do vocabulário, vamos passar à gramática. Para falar uma língua é preciso algum conhecimento da gramática, e a gramática portuguesa tem muito que se lhe diga. A expressão “tem muito que se lhe diga” significa que se trata de um assunto complexo, que não é simples e que deve ser estudado com alguma atenção.


Hoje vamos focar-nos nos verbos, e os verbos portugueses têm muito que se lhe diga porque existem mais de 20 tempos verbais! Mas, tal como acontece com as palavras, não é preciso aprender todos os tempos verbais para se conseguir ter uma conversa em português.


Na maioria das situações apenas vamos precisar de 5 tempos verbais, que são o Presente do Indicativo, o Infinitivo, o Imperativo, o Pretérito Perfeito do Indicativo e o Pretérito Imperfeito do Indicativo. Agora vou explicar quando é que se utiliza cada um deles, vou dar exemplos de frases em que eles se utilizam, e no final faço um pequeno resumo de tudo isto, por isso prestem atenção!


Começando pelo presente do indicativo, este é o tempo verbal mais utilizado. O presente serve para indicar algo que acontece no momento em que se está a falar, algo que é uma verdade absoluta ou uma generalização e algo que acontece de forma recorrente, ou seja, que acontece de forma repetida.

Alguns exemplos de frases são: “A Terra gira à volta do Sol”; “O Leonardo fala português”; ou então “Eu ouço o podcast Portuguese With Leo todas as semanas”.



A seguir temos o infinitivo: o infinitivo não é um tempo verbal, é apenas o verbo na sua forma mais básica, é o verbo em si. Por exemplo, o infinitivo do verbo estar é estar; o infinitivo do verbo ir é ir, o infinitivo do verbo comer é comer, etc. Embora não seja um tempo verbal, o infinitivo é muito usado em combinação com o presente para falar de ações que estão a decorrer no preciso momento em que se está a falar ou então ações que vão acontecer no futuro.


Para falar de ações que estão a decorrer no momento em que se fala, utiliza-se o verbo “estar” no presente mais a preposição “a” mais o verbo da ação no infinitivo. Por exemplo: “Eu estou a gravar um episódio sobre gramática”; ou então: “Nós estamos a aprender português”.


Para falar de ações que vão acontecer no futuro, utiliza-se o verbo “ir” no presente mais o verbo da ação no infinitivo. Por exemplo: “Amanhã eu vou estudar português”; ou então “Em dezembro eu vou viajar para as Filipinas”. A única exceção para esta regra é o próprio verbo “ir”, que não se usa em combinação consigo mesmo. Ou seja, é errado dizer “Amanhã eu vou ir à praia”. Neste caso, basta usar o verbo “ir” no presente para indicar uma ação no futuro: “Amanhã eu vou à praia”.


Em seguida temos o imperativo. O imperativo serve para exprimir uma ordem ou um pedido ou um conselho. É importante ter em conta que o imperativo se conjuga de maneira diferente para coisas afirmativas ou para coisas negativas. Por exemplo, se eu quiser dizer a alguém para fazer alguma coisa digo “Faz isto!”, mas se quiser dizer para não fazer, digo “Não faças isto!”.


Para vos dar uma frase no imperativo, em Portugal costumamos começar as refeições com um prato de sopa, e normalmente as crianças não gostam da sopa, por isso é típico as mães portuguesas dizerem “Filho, come a sopa!”, que é uma frase no imperativo.


Os tempos verbais seguintes são o pretérito perfeito e o pretérito imperfeito do indicativo, que servem para falar de ações no passado, ou seja, ações que já aconteceram. Estes tempos verbais têm muito que se lhe diga, e uma das coisas mais difíceis para quem está a aprender português é saber quando é que se usa o pretérito perfeito e quando é que se usa o pretérito imperfeito.


Regra geral, o pretérito perfeito usa-se para indicar uma ação que ocorreu num determinado momento no passado, por exemplo: “Ontem estive na praia” ou então “Há dois anos fui para a Tailândia”.


O pretérito imperfeito também fala de uma ação que aconteceu no passado, mas neste caso é uma ação que aconteceu ao longo de algum tempo ou então uma ação que se repetia no passado. Ou seja, o pretérito imperfeito exprime uma ideia de continuidade no passado. Por exemplo: “Eu fazia natação quando era miúdo” ou “Eu comia chocolate todos os Natais”.


O pretérito imperfeito também pode ser utilizado em combinação com o infinitivo para expressar um desejo ou uma vontade. Para fazer isto utiliza-se o verbo “gostar” no pretérito imperfeito mais a preposição “de” mais o verbo que exprime o nosso desejo no infinitivo. Por exemplo: “O Leonardo gostava de ter um comentário de 5 estrelas no iTunes”. Por isso, não se esqueçam de ir deixar um comentário, se ainda não o fizeram!


Portanto, para resumir esta explicação sobre os tempos verbais:

Para falarem sobre coisas no presente utilizam o presente do indicativo ou então o verbo “estar“ no presente + “a” + o verbo no infinitivo. Por exemplo: “A Terra gira à volta do Sol” ou então “Eu estou a ouvir um podcast”.


Para falarem no futuro utilizam o verbo “ir” no presente + o infinitivo. Por exemplo: “Eu vou deixar um comentário no iTunes”.


Para darem um conselho ou uma ordem utilizam o imperativo. Por exemplo: “Filho, come a Sopa!”.


Para falarem no passado utilizam o pretérito perfeito quando são ações que aconteceram num momento e acabaram ou o pretérito imperfeito quando são ações que aconteceram continuamente ou que se repetiam. Um exemplo de um frase no pretérito perfeito: “Eu cresci em Portugal”; ou uma frase no pretérito imperfeito: “Eu comia sopa todos os dias”.


Para exprimirem um desejo ou uma vontade utilizam o verbo “gostar” no pretérito imperfeito + “de” + o verbo no infinitivo. Por exemplo: “Eu gostava de ser fluente em português”.


Espero que tenham gostado deste episódio de Portuguese With Leo e que o tenham achado útil. Eu sei que a gramática às vezes pode ser aborrecida, mas o objetivo deste episódio foi dar-vos uma direção, uma orientação para o vosso estudo.


Tenho a certeza de que, se vocês aprenderem as 2000 palavras mais comuns da língua portuguesa e aprenderem a conjugar os verbos mais comuns nos 5 tempos verbais de que falei, vão conseguir expressar quase todas as vossas ideias em português e vão conseguir comunicar facilmente com as pessoas na maioria das conversas do dia-a-dia!


Não se esqueçam de seguir o link na descrição deste episódio para a lista das 2000 palavras mais comuns na língua portuguesa, e não se esqueçam de deixar um comentário de 5 estrelas no iTunes. Bom estudo e vemo-nos no próximo episódio!

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