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Ep. 43 - O conjuntivo em português - Parte 2

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Ep. 43 - O conjuntivo em português - Parte 2
00:00 / 13:30

Este é o segundo de 2 episódios sobre o modo conjuntivo (também conhecido como subjuntivo).


Neste episódio aprendemos a conjugar e a utilizar os 6 tempos verbais do conjuntivo.



TRANSCRIÇÃO:


Olá a todos e bem vindos de volta ao Portuguese With Leo!


No episódio da semana passada expliquei-vos o que é o conjuntivo e quais são as 5 principais situações em que é utilizado. Se ainda não ouviram esse episódio sugiro que o ouçam antes de ouvirem este.


Na semana passada foquei-me sobretudo no presente do conjuntivo, e hoje vou falar sobre aquilo que faltou dizer sobre o conjuntivo, nomeadamente quais é que são os diferentes tempos verbais do conjuntivo, como é que se conjugam e em que situações é que se utiliza cada tempo verbal específico.


Antes de começar o episódio, quero só anunciar que o Portuguese With Leo está quase a fazer 1 ano de idade. Publiquei o meu primeiro episódio no dia 23 de julho do ano passado, e por isso daqui a 2 semanas, no dia 23, vou publicar um episódio de Q&A, ou perguntas e respostas.


Por isso, se tiverem perguntas que me queiram fazer, perguntas sobre este podcast, perguntas sobre Portugal e a língua portuguesa ou até perguntas sobre mim, deixem nos comentários do meu canal de Youtube ou enviem um email para leo@portuguesewithleo.com.


Então, o conjuntivo! Na semana passada descobrimos que o conjuntivo não é um tempo verbal, mas sim um modo verbal. O conjuntivo tem na verdade 6 tempos verbais, que estão divididos em três tempos simples e três tempos compostos.


Os tempos simples são o Presente, o Pretérito Imperfeito e o Futuro, e são simples porque as suas conjugações só têm uma palavra, que é o verbo principal.


Os tempos compostos são o Pretérito Perfeito, o Pretérito Mais-que-Perfeito e o Futuro Composto. O facto de serem compostos significa que têm 2 palavras. A primeira é sempre o verbo auxiliar “ter” conjugado na forma do conjuntivo, e a segunda é o verbo principal, sempre no particípio.


Claro que a melhor forma de aprendermos estas conjugações é vendo-as e ouvindo-as, e por isso agora vou mostrar-vos como é que se conjuga o verbo “ser” nos 6 tempos do conjuntivo.


Escolho o verbo “ser” porque é o verbo mais utilizado em português, mas se quiserem ver como é que se conjugam outros verbos nos diferentes tempos verbais, recomendo-vos a página Reverso Conjugation. O link está na descrição.


Então a conjugação do verbo ser, começando pelo Presente do Conjuntivo:


Que eu seja
Que tu sejas
Que ele / ela seja
Que nós sejamos
Que vocês / eles / elas sejam


Agora passamos para o nosso primeiro tempo composto, que é o Pretérito Perfeito do Conjuntivo. Este tempo é muito simples, porque basta conjugar o verbo “ter” no presente do conjuntivo e o verbo principal no particípio.


Que eu tenha sido
Que tu tenhas sido
Que ele / ela tenha sido
Que nós tenhamos sido
Que vocês / eles / elas tenham sido


A seguir temos o Pretérito Imperfeito, que é novamente um tempo simples:


Se eu fosse
Se tu fosses
Se ele / ela fosse
Se nós fôssemos
Se vocês / eles / elas fossem


E a seguir vem o nosso segundo tempo composto, o Pretérito Mais-que-Perfeito do Conjuntivo. Este *tempo* é a combinação do verbo ter no imperfeito e o verbo principal no particípio.


Se eu tivesse sido
Se tu tivesses sido
Se ele / ela tivesse sido
Se nós tivéssemos sido
Se vocês / eles / elas tivessem sido


O nosso último tempo simples é o Futuro do Conjuntivo, que se conjuga assim:


Quando eu for
Quando tu fores
Quando ele / ela for
Quando nós formos
Quando vocês / eles / elas forem


E finalmente, o nosso último tempo composto é o Futuro Composto do Conjuntivo. A fórmula é a mesma, é formado pelo verbo auxiliar “ter” no futuro simples do conjuntivo e o verbo principal no particípio.


Quando eu tiver sido
Quando tu tiveres sido
Quando ele / ela tiver sido
Quando nós tivermos sido
Quando vocês / eles / elas tiverem sido


E bom, depois desta exaustiva conjugação do verbo ser, conseguimos perceber duas coisas que tornam tudo mais fácil. A primeira coisa é que a conjugação em todos os tempos do conjuntivo segue sempre o mesmo padrão:


A 1ª e 3ª pessoas do singular são sempre iguais:

Eu seja; ele / ela seja.

Eu fosse; ele / ela fosse. Eu for; ele / ela for.


Estas conjugações vão ser a base para as outras conjugações.

A 2ª pessoa do singular é igual à 1ª e à 3ª com um -s à frente:

Tu sejas; tu fosses.

Ou um -es no caso do futuro do conjuntivo: Tu fores.


A 1ª pessoa do plural é igual à 1ª e à 3ª com um -mos à frente:

Nós sejamos, nós fôssemos; nós formos.


E a 3ª pessoa do plural é igual à 1ª e à 3ª com um -m à frente:

Vocês / eles / elas sejam; fossem.

Ou com um -em no caso do futuro: Vocês / eles / elas forem.


A segunda coisa que torna tudo mais simples é que cada um dos tempos verbais compostos tem relação com um dos tempos verbais simples, e normalmente são usados nas mesmas situações.


Por exemplo, o presente com o pretérito perfeito:
Que eu seja; Que eu tenha sido.


O imperfeito com o mais-que-perfeito:
Se eu fosse; Se eu tivesse sido.


E o futuro simples com o futuro composto:
Quando eu for; Quando eu tiver sido.


Uma vez que os tempos simples são muito mais utilizados do que os compostos, vou focar-me agora nas diferentes situações em que se utilizam os tempos simples: presente, imperfeito e futuro.


O presente do conjuntivo já sabemos quando é que se utiliza porque foi o foco, o tema, do meu episódio anterior sobre o conjuntivo. As 5 situações principais são desejos, incertezas, estados psicológicos, frases impessoais e frases concessivas, ou seja, aquelas em que há um impedimento.


O que eu não disse no outro episódio é que também podemos usar o imperfeito do conjuntivo nestas situações se estivermos a falar no passado. Vamos pegar em alguns exemplos do episódio anterior e colocá-los no passado:

Quero que me faças um favor.


Esta frase exprime um desejo. Se mudarmos o verbo da oração principal “quero que” para o passado, então também temos de mudar o verbo “fazer”, no conjuntivo, para o passado, para o imperfeito do conjuntivo:

Queria que me fizesses um favor.


A seguir uma frase que exprime incerteza:

Não acho que seja boa ideia andar de mota sem capacete.


Mais uma vez, se mudarmos a primeira oração para o passado, também temos de mudar a oração no conjuntivo para o passado:


Não achei que fosse boa ideia andar de mota sem capacete.

A seguir uma frase que exprime um estado psicológico:

Tenho medo que *não* seja verdade.


No passado pode ficar:

Tinha medo que não fosse verdade / Tive medo que não fosse verdade.


De seguida o exemplo de uma frase impessoal:

É importante que vocês estudem português.


No passado fica:

Era importante que vocês estudassem português.


E finalmente:

Embora a água esteja fria, vou dar um mergulho.


No passado fica:

Embora a água estivesse fria, fui dar um mergulho.


Para além destas 5 situações em que se pode usar tanto o presente como o imperfeito do conjuntivo, há uma outra situação em que só se usa o imperfeito do conjuntivo.


Esta situação é quando falamos de coisas que, se acontecessem de uma certa forma, levariam a que outras coisas acontecessem. Se isto, então aquilo. Aquilo que em inglês é conhecido como if-clauses.


Aqui temos de combinar o imperfeito do conjuntivo com um outro modo verbal, que é o condicional. A fórmula para formar estas frases, estas if-clauses em português, é:


Se + Imperfeito do Conjuntivo, (então) Condicional. Por exemplo:

Se eu fizesse mais exercício, estaria em melhor forma.
Se eu acordasse mais cedo, aproveitaria mais o dia.
Se tu soubesses a verdade, não dirias isso.


E finalmente, temos o futuro do conjuntivo, um tempo verbal que eu pensava que só existia em português, mas que, ao que parece, também existe em espanhol e em galego, só que não é usado na linguagem corrente nestas duas línguas.


Basicamente, também se usa o Futuro do Conjuntivo nestas mesmas situações com a palavra “se” em que que se algo acontecer, então outra coisa vai acontecer. Se isto, então aquilo.

A única diferença é que usa-se nestas situações quando falamos da possibilidade de algo acontecer no futuro, não de algo que já aconteceu ou que está a acontecer. Aqui a fórmula é:


Se + Futuro do Conjuntivo, (então) Futuro (ou Presente) do Indicativo. Por exemplo:

Se eu fizer mais exercício, vou estar em melhor forma.
Se eu acordar mais cedo, vou aproveitar mais o dia.
Se seguires os conselhos dos teus pais, vais ter mais sucesso.


Para além da palavra “se”, a outra palavra que normalmente indica que estamos perante um futuro do conjuntivo é a palavra “quando”. Usamos a palavra “quando” nestas mesmas situações de “se isto acontecer, então aquilo vai acontecer”, mas usar “quando” em vez de “se” mostra que estamos mais seguros de que aquilo vai acontecer.


Não é uma questão de “Será que vai acontecer ou será que não vai acontecer?”, mas é sim uma questão de “Eu sei que vai acontecer, a questão é quando?” Por exemplo:


Quando eu fizer mais exercício, vou estar em melhor forma.
Quando seguires os conselhos dos teus pais, vais ter mais sucesso.


Bom, foi um episódio longo e com bastante informação e eu espero que tenham gostado e espero que tenham percebido um pouco melhor estas utilizações mais difíceis do conjuntivo.


Aconselho-vos a verem tudo mais do que uma vez e até a tirar notas para perceberem bem tudo aquilo que expliquei, e não se esqueçam de que é normal não perceber tudo à primeira e é normal fazer erros até mesmo depois de muitos meses e até anos a falar português. Até os falantes nativos às vezes fazem erros com o conjuntivo!


Muito obrigado e até para a semana!

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