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Ep. 31 - Sotaque e expressões do Porto

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Ep. 31 - Sotaque e expressões do Porto
00:00 / 20:37

Neste episódio vamos aprender algumas expressões típicas da cidade do Porto, bem como o que é que torna o sotaque do Porto tão único.



TRANSCRIÇÃO:


Olá a todos e bem vindos de volta ao Portuguese With Leo!


Hoje trago-vos um vídeo que já anda a ser pedido nos comentários há muito tempo, que é: o sotaque do Porto.


Para isso tenho aqui a minha amiga Bárbara, que é do Porto, e, como todos os meus vídeos, vamos fazer primeiro uma curta introdução sobre a cidade do Porto, depois vamos falar um pouco sobre as características do sotaque do Porto, e no final tu tens aí umas palavrinhas, umas palavras típicas do Porto para eu tentar adivinhar o que é que significam.


Começando por falar sobre a cidade do Porto, o Porto está no Norte de Portugal e é uma das cidades mais antigas do país.


Estima-se que haja pessoas a viver no Porto desde o ano 300 a.C. e sabemos que em 868 d.C. toda a zona do Porto foi conquistada por Vímara Peres e o nome que foi dado a essa região foi Portus Cale, que é uma mistura do Latim, portus, que significa porto (port / harbor) e cale, celta, que também significa porto (port / harbor), e se este nome vos soa familiar é porque é a origem do nome Portugal. Por isso Portugal significa porto porto.


Obviamente as pessoas do Porto adoram este facto porque dá muita importância à sua cidade, e é daí que vem também o nome da cidade Porto.


Outro facto que deixa as pessoas da cidade do Porto, também conhecidos como tripeiros, muito orgulhosos da sua cidade, é o facto de esta nunca ter sido conquistada por ninguém desde que faz parte de Portugal, desde que Portugal foi criado em 1123. E por isso a cidade chama-se…


Mui Nobre, Sempre Leal, Invicta Cidade do Porto.


Normalmente as pessoas dizem só Invicta, e invicto que dizer “que não é vencido” (undefeated). Ou seja, o Porto nunca foi vencido. E o clube FCP?


Raramente o é.


Raramente é vencido, exceto quando joga contra o melhor clube de Portugal, o Benfica.


Aqui discordamos.


Eu disse que as pessoas do Porto se chamam tripeiros. O nome oficial é portuenses, mas tripeiros vem de uma história do século XV em que, quando Portugal estava a começar a explorar outros continentes, estabelecemos uma base naval no Porto e as pessoas do Porto deram ao Infante D. Henrique, que foi quem deu origem à expansão marítima portuguesa, e à sua tripulação, deram-lhes das melhores carnes e dos melhores alimentos, ficando as pessoas do Porto com as tripas dos animais.


Ah, o que são tripas? Tripas é a parte de dentro do animal, é, são os intestinos (entrails). Portanto, comer as tripas de um animal, em vez de se comer a carne, o músculo, come-se os intestinos.


É delicioso!


E portanto esta história dos tripeiros demonstra a hospitalidade das pessoas do Porto. E essa hospitalidade manteve-se ao longo dos séculos e, em 2000 e… já não sei, mas recentemente, o Porto ganhou 4 vezes o prémio da World Travel Awards de Best European Destination, Melhor Destino Europeu para férias. Portanto, depois do Covid?


É um local a visitar.


Exatamente.


Uma cidade a visitar e em que as pessoas são muito simpáticas.

Exatamente, é verdade, é verdade. E portanto agora vamos lá falar sobre o sotaque do Porto. O que é que tu nos sabes dizer, as características mais típicas do sotaque do Porto?


O sotaque do Porto é muito característico e é diferente dos outros sotaques do Norte de Portugal, apesar de muitas vezes ser confundido com outros sotaques do Norte de Portugal, como Braga, Guimarães, Viana do Castelo, que têm sotaques distintos daquele sotaque que é do Porto.


Portanto, dizer que um sotaque é do Norte é errado. No Norte do país as cidades têm diferentes sotaques e o Porto é uma delas.


Hmmm, o sotaque do Porto é mais aberto do que o sotaque de Lisboa, portanto as pessoas falam com um, um… mais aberto, e portanto, normalmente para pessoas que não são nativas em português, é mais simples compreender o sotaque do Porto.

É, exatamente.


As pessoas do Porto são quase sempre identificadas fora da sua cidade por serem do Porto, mesmo depois de muitos anos fora, porque o sotaque mantém-se e há uma certa sonoridade aberta que não é muito comum nas pessoas…


“Abéarta”, sim. Eu não consigo fazer, mas exatamente…


Eu uma vez disse a um amigo nosso que me perguntou, que me disse que eu tinha muito sotaque à Porto, e eu respondi: “ieue?!”


Quando habitualmente uma pessoa de Lisboa diz “eu”.


Exato, “eu”.


Eu, e nós dizemos “ieu”. Habitualmente colocamos um -i antes das vogais.


E muitas vezes acabam com um -a, “ieua?!”


Com um -a final, exatamente. Torna mais divertido.


Exato.


No Porto, toda a gente troca os Bs pelos Vs, existe aliás uma frase que diz, do Almeida Garrett, que disse: “Na minha terra trocam-se os Bs pelos Vs mas não se troca a liberdade pela escravidão.”


A cidade do Porto sempre teve este pendor muito liberal, muito independente, e orgulhamo-nos muito disso.


Exatamente.


Mas no Porto trocam-se sempre os Vs pelos Bs, bem como em quase todas as regiões do Norte de Portugal, excetuando por exemplo Aveiro, onde essa troca não existe muito e a partir daí para baixo já não é tão comum.


Mas se ouvirem alguém a dizer "baca", que é vaca, ou a dizer… trocar todos os Vs pelos Bs, coisa que eu habitualmente troco, é um sinal de que é uma pessoa do Porto.


A melhor forma de ver este sotaque em ação é obviamente com expressões típicas do Porto e tu preparaste umas palavras e umas expressões aí no teu caderninho.


Ora bem, se eu te disser: “Ah, o João vive nos quintos!” Onde é que ele vive?


Não sei, no quinto andar? Não sei.


Se eu disser: “Bem, o João vive nos quintos.”


Ouve, tá sempre na lua.


Não. Isto quer dizer que o João vive muito longe, vive num sítio que é muito longe, vive nos quintos do inferno, é a frase completa.


Ou seja, “vive no cu de Judas.”


Exatamente, vive muito longe, vive nos quintos. Se tu entrares agora aqui na minha sala e eu te disser assim: “Leonardo, és de Braga?” O que é que eu quero dizer com isto?


Não sei, eu não sou de Braga.


Braga é uma cidade do Norte de Portugal, e quando se pergunta se alguém é de Braga, quer dizer que deixou a porta aberta, porque em Braga a porta nunca acabou por ser construída, a porta de cidade. E portanto, quando alguém entra numa sala e se pergunta “és de Braga?”, a pergunta é: deixaste a porta aberta, portanto vai fechá-la.


A sério?


Aqui mais uma, aprendeste uma coisa hoje.


Se eu disser: “Luís, andor violeta!”


Luís? O Luís está ali. Luís, andor violeta! Não sei.


Despacha-te, vai! Vai, andor violeta, vamos embora, rápido, rápido, vamos embora!


Porquê, porquê? Não sabes?


Honestamente, esta expressão eu não sei...


Andor, andor nós usamos, é para dizer tipo “vai!” só, “andor!” Toca a andar! “Andor violeta” não...


Se eu disser assim: “Ó Leonardo, vai-me à loja!”


Eu vou à loja. Para ir comprar alguma coisa?


Vai-me à loja é quando eu quero dizer: olha, não, não me chateies com isso, não…


Desampara-me a loja!


Ah, tá certo, mas desampara...


Desampara-me a loja quer dizer no fundo “não me chateies, não me incomodes com isso.”


Mas vocês usam “desampara-me a loja”?


Usamos mais “vai-me à loja.”


Mas nós, acho eu… o Luís é de Lisboa, está aqui fora do, fora da câmara. Desampara-me a loja é tipo “baza!”


Pois, não…


Tipo “deixa de me chatear!”


Ya, é assim uma mistura, ok.


“Vai-me à loja” é um bocadinho mais: “Ó… vai-me à loja!”


“Não me chateies!”


E como é que em Lisboa se percebe à distância que alguém é do Porto? “O Leonardo está à minha beira.”


Ah, exato, exatamente.


Em Lisboa diz-se sempre “o Leonardo está ao pé de mim” e nós no Porto dizemos sempre “está à minha beira”.


E os dois significam “estar ao lado”.


Ao lado, exatamente. Agora vamos para as palavras?


Bora!


Se eu estiver num restaurante e pedir: “Quero um fino.”


Ah, tá bem. Um fino é um copo de cerveja, e em Lisboa nós dizemos uma imperial, e eu acho que a verdade é que fino diz-se em quase todo o país, já reparei, pelo menos de Coimbra para cima é fino. Portanto, vá, o Sul de Portugal, de meio para baixo é imperial, de metade para cima é fino. Essa nós conhecemos.


Eu tenho este espírito educador de dizer sempre fino para ensinar às pessoas dos cafés, dos restaurantes o que é que é um fino.

Exato, se bem que uma imperial é muito mais bonito.


Hmmm. Bom, o que é que é um… isto vamos continuar aqui na culinária, cozinha, bebidas, se eu disser assim: “Eu antes do arroz faço sempre um estrugido”.


É um refogado. Essa eu sei.


É um refogado, só que aqui entramos num pormenor engraçado das diferenças de palavras entre o Porto e Lisboa, que é: as pessoas do Porto consideram, pelo menos eu considero, os meus amigos consideram, a minha família considera, que as palavras que os lisboetas consideram ser sinónimos não são exatamente sinónimos porque para nós, nós temos mais palavras que querem dizer a mesma coisa.


Então, estrugido é, habitualmente quando se faz um arroz em Portugal corta-se fininho uma cebola, um alho, um bocadinho de chouriço e põe-se a lourar com o azeite. E aqui depois coloca-se o arroz e a água. Enquanto que um refogado é algo que pode ser mais complexo para preparar um prato mais… mais completo.


Portanto, estrugido e refogado no Porto não querem dizer a mesma coisa. E aqui entramos na lista de palavras que as pessoas de Lisboa acham que são a mesma coisa, mas para o Porto têm algumas diferenças. E por isto eu considero que as pessoas do Porto têm mais vocabulário.


Tá bem, tá bem, tá bem.


Então a terceira palavra, que pode vir até na sequência do teu vídeo sobre treino, ok? Se eu for para um ginásio e levar um aloquete?


Ah, esta, esta eu sei. Eu lembro-me, tu já nos ensinaste esta. É um cadeado.


É um cadeado. É um cadeado, mas para o Porto não é bem um cadeado. Um aloquete é a peça que fecha uma segurança, não é, que fecha, tranca uma porta.


Sim, sim sim.


Que tem uma chave. Um cadeado pode ser a totalidade, portanto o aloquete com um arame, que feche por exemplo um portão, isso é um cadeado, ok?


Exato, aqui é que nós discordamos porque para nós toda a cena não é um cadeado, um cadeado é só o objeto, o aloquete.


Então, esta eu acho que tu também sabes, o que é uma cruzeta?


Esta eu sei, é um cabide.


É um cabide. Para nós o cabide é o sítio onde à porta de uma casa ou de um café temos um local onde pendurar casacos, é um cabide. Uma cruzeta é onde se penduram as camisas para se pôr no armário. O que é um testo?


Esta eu sei, é uma, é uma tampa de uma panela?


É um tampo de um tacho. Pode ser de uma panela também. É uma tampa de um tacho.


Uma tampa de um tacho qualquer.


O que é um moina?


Não sei.


Um moina é uma pessoa que está na rua a ajudar outras a arrumar os carros. Portanto dá indicações. “Pode vir, pode vir, pode vir, pára, pára, pára! É um arrumador de carros.


É um arrumador de carros… uma profissão!


É uma pessoa que arruma, que ajuda a arrumar os carros.


E que, se não aceitares a ajuda dele, risca-te o carro.


Não, no Porto ninguém te risca o carro, isso é só em Lisboa que acontece.


E se eu estiver num café e pedir um lanche. “Olhe, queria um lanche!”


Um lanche… pois, precisas de ser mais específica. Supostamente um lanche, para nós lisboetas e imagino que noutras partes de Portugal, é a refeição entre o almoço e o jantar.


Para nós também é. No entanto, um lanche é o que vocês chamam de uma merenda.


Merenda mista.


Já sei, aquela cena. Pois, faz sentido porque uma merenda…


Folhado de queijo e fiambre…


Não é bem folhado, é uma coisa.


Faz sentido porque merenda também significa a refeição entre o almoço, também é sinónimo de lanche.


Sim, mas a merenda pode ser mais uma coisa que uma pessoa leve para fora de casa, não é? “Vou levar uma merenda para irmos fazer um piquenique”, por exemplo.


Sim, sim, sim.


E portanto uma vez uma amiga minha lisboeta, no Porto, pediu uma merenda e o senhor ficou a olhar para ela e disse assim: “A menina quer que eu lhe faça uma merenda?”


Porque merenda é diferente no Porto…


Preparar aqui um saquinho…


Preparar um saquinho para levar.


O que é que é, continuando no café, um pingo?


Deve ser um café pingado, com leite.


Um café pingado. Há uma história também engraçada, que eu uma vez pedi um pingo e há um gelado que se chama Pingu, mas com U no final. E eu já tinha comido a sobremesa e o empregado de mesa trouxe-me um Pingu, mas eu na verdade queria um pingo, com O, que é um café com um bocadinho de leite.


Ainda por cima é aquele gelado…


… e não um Pingu, que é um pinguim...


É um gelado de criança, que é um pinguim com um chapeuzinho.


Tu agora grizaste-te todo. Grizaste-te todo.


Mesmo! Fiquei grisalho, não estou a brincar.


O que é que quer dizer?


Hmmm… Eu já soube isto, tipo… Ganda grizo! Não sei…


Não, hahahahaha!


Não, “grizaste-te todo”, ou “grizei-me tanto” é “ri-me muito.” Mais a norte de Portugal , mais a norte do Porto aliás, diz-se “escachei-me a rir”.


Ya, acho que se calhar, acho que isso já ouvi. Grizar já ouvi mas não sabia o que é que era.


Então também aqui nestas palavras, se eu disser assim: “Eu ia a andar na rua e esbardalhei-me.”


Ah, isso nós usamos também. “Espetaste-te no chão”, “mandaste uma grande queda.”


Ah, ok, eu achei que era mais do Porto, desculpa.


Esbardalhei-me. Esbardalhei-me todo.


Então aqui uma que eu acho engraçada porque sinto que todas as pessoas fora de Portugal vão dar-me razão com esta. O que é que são sapatilhas?


São ténis.


São ténis. As pessoas de Lisboa usam um desporto, que é o ténis, para chamar umas sapatilhas, que são… são o calçado que se usa para fazer desporto.


Olha, vamos buscar…


Sneakers!


Se eu disser: “Ai, tu és um sostra!”


Um sostra?


És um sostra. És um preguiçoso, és muito preguiçoso, és um sostra.


Essa eu nunca tinha ouvido.


E também se pode dizer: “Ai, ao domingo eu gosto é de estar na sostrice”. Assim, a dormir, a “tirar um cochilo”.


A o quê?


A tirar um cochilo?


A tirar um… mas isso é do Porto?


Acho que é, não conheces?


Cochilo?


Por acaso agora, por falar em sono lembrei-me de uma expressão que eu acho que é do…


Isso é tipo “estar na ronha”?


É.


Nós dizemos ronha e ronha é aquele período entre acordar e sair da cama, quando ainda estamos deitados na cama, já acordámos mas ainda estamos ali a dormir, meio a dormir, não sei quê, e sabe bué da bem.


E uma expressão que eu acho que não é do Porto, mas que o Luís, que é o meu marido, que é de Lisboa e portanto temos muitas vezes esta discussão, não conhecia, que é nanar.


Ah, isso é dormir!


Dormir, pois.


Não conhecias? Nanar.


Nanar. Agora tenho uma que tem uma situação engraçada. Eu estava com os meus pais em Lisboa e fomos a um café e atendeu-nos um empregado de mesa que depois soubemos que era empregado de mesa há 40 anos. E o meu pai disse: “Eu queria um pneu”.


O quê? Hahahaha!


Eu quero um pneu!


Se calhar convém explicares o que é que é um pneu em Lisboa.


Mas o Leonardo só pode explicar o que é um pneu depois de eu lhe dizer, porque ele não sabe o que é um pneu.


Não, para já um pneu para nós, e eu acho que aqui o resto do país está comigo, o pneu é o que está à volta da roda do carro, enche-se com ar e é para as pessoas andarem. Do carro, das bicicletas… também chamamos pneu àquela gordurinha tipo boneco Michelin, isto aqui é um pneu. Portanto, nunca imaginei pedir um pneu num café.


Um pneu é água das pedras, portanto água gaseificada, com açúcar e limão. Na continuação desta história com o senhor do café…


Isso é bué da específico.


É verdade. É uma… eu até não sei se não seria há uns anos uma expressão nacional, mas a verdade é que só no Porto é que ainda se continua a dizer. E o empregado de mesa disse assim:


“Eu nunca tinha ouvido essa expressão. Há 40 anos que sou empregado de mesa e nunca ninguém me tinha pedido isso, ninguém sabe o que é que isso é.” E o meu pai disse: “Então vá lá dentro perguntar!”


E o senhor entrou no café, estávamos na esplanada, o senhor entrou no café e disse assim: “Quero um pneu!” e o empregado que estava através do balcão, que era do Porto…


...preparou-lhe um pneu.


Preparou-lhe um pneu! E o empregado de mesa ficou extremamente surpreendido porque havia uma expressão que ele ainda não conhecia.


Agora a última, que é o essencial da vida. Se eu for, nem vou dizer onde é que eu vou. O que é um molete?


Um molete? Pá, o essencial da vida, cá para mim… cá para mim um molete…


Um molete é um pão.


Um pão?


É um pão de água, o molete é o pão básico, o pão mais básico da padaria é um molete.


Um molete? Tipo uma carcaça?


Sim, uma carcaça, mas uma carcaça não se diz em Lisboa, não se diz no Porto aliás.


Pronto, vocês dizem molete.


Nós dizemos molete. Por acaso agora lembrei-me de uma coisa que devíamos dizer.


Diz, diz.


É uma mini asneira. As pessoas do Porto são consideradas em todo o país como pessoas muito asneirentas, que dizem muitas asneiras.


Exatamente.


Isso não quer dizer que as pessoas sejam mal educadas.


Quer dizer que a asneira tem menos peso no Porto.


A asneira tem muito menos peso e também não é verdade que nós digamos asneiras a torto e a direito.


Sim, apenas um pouco mais.


Dizemos mais e com mais entusiasmo. Mas há uma asneira que é típica do Porto, que é uma asneira mas, posso dizer, que é carago.


Carago, ya sim, isso sim.


É uma expressão que agora é nacional, mas que era uma expressão do Porto.


Exato, e aliás a expressão, nós conhecemos a expressão como "Porto, carago!" Ninguém diz carago fora do Porto.


As pessoas quando gritam Porto, por exemplo num jogo de futebol, em que nós estamos sempre a ganhar, as pessoas não gritam Porto que é difícil gritar assim Porto, as pessoas gritam: Puorto!


Sempre a ganhar?


Puorto!


Sempre a ganhar? Onde é que está? Dá cá isso!


Puorto!


E com esta acabamos o episódio. Obrigado por terem assistido até ao fim, esperamos que tenham gostado e…


Visitem o Porto!


E viva o Benfica!

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